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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

OS BRUTOS TAMBÉM ERRAM



OS BRUTOS TAMBÉM ERRAM
Perfeição definitivamente não existe. Seja por parte de corredores amadores ou por parte de veteranos, as falhas sempre surgirão. Claro que espera-se que com menor frequência, mas...
Sempre gosto de falar há quantos anos eu corro, afinal de contas, com 39 anos, e correndo há 24, posso me gabar de que passei mais da metade da minha vida correndo...rsrsrsr. Também gosto de usar esse tempo de experiência para passar alguma coisa boa para os iniciantes. Uma dica, um conselho, tudo é muito válido para aqueles que querem permanecer na corrida por muito tempo.
Porém, ontem, eu falhei e falhei primariamente, o que não deixa de ser uma enorme lição para mim e para muitos outros que conhecerão a história.
Há 1 mês atrás, me inscrevi para a Prova Afrodite, onde eu poderia optar por 12km ou 6km. Como não sou muito adepta às distâncias curtas, até por ser de explosão, optei pelos 12k, onde os treinos apesar de ter uma maior volume, pra mim, são bem mais tranquilos.
Estava há 15 dias sem treinar. Motivo? Falta de vontade mesmo. Frio, preguiça, ausência de ânimo e tantas coisinhas fáceis de nos impedir de calçar o tênis e ir treinar. Pra completar, enfiei um vidrinho no dedo do pé. Cavoquei, cavoquei, cavoquei, mas não tirei. Adiei minha ida ao médico porque SIM, TENHO MEDO DE AGULHAS.
Domingo chegou. A dúvida inicial era: Correr ou não correr? Já comecei errando por ai. Resolvi abraçar a ideia do desafio. Mas insistir nos 12k ou completar só 6k? Essa dúvida eu tiraria mais na frente.
Chegando lá, encontrei Sofia, uma amiga minha. Seria o primeiro desafio acima dos 10km que ela faria. Se inscreveu nessa distância porque eu havia dito que também correria. Confesso, me senti um pouco responsável por isso. Tava decidido, correria os 12k, num ritmo tranquilo, já que Sofia, não tem essa pegada de sangue "nozóio".
Na largada,  outra falha, que mais tarde consideraria a pior de todas. Não aqueci, não alonguei. Em meio à muvuca, a fim de nos desvencilhar, acabei dando um tiro forte. Naquele momento senti um pequeno estalo na virilha que automaticamente esquentou o local. Continuei.
Na altura do km 2, alguem me avisou que deixei cair meu mp3 lá atrás. Voltei correndo e ao me abaixar, senti mais uma vez o estalo na virilha. Voltei, alcancei minha amiga. Como conhecia muitas pessoas na prova, sabia que na categoria dela, havia pouca corredora para os 12k. E então, emparelhando com Sofia, disse: "Tá vendo aquela menina ali na frente. Ela é da tua categoria. Cola nela até o final, porque hoje você vai pegar teu primeiro pódio".
Sofia, sem entender muita coisa, correspondeu ao que eu disse. Há 50 metros dela, continuei a observando. Naquele momento, me lembrei de como eu havia começado a competir. Exatamente aos 24 anos de idade. Não subiria ao pódio ontem, mas fazer Sofia subir me daria a mesma alegria. E foi o que fiz.
Dali em diante, acelerava vez ou outra, quer para avisá-la sobre algum retorno, quer para empolga-la a continuar. Na altura do km 10, eu sentia que tinha feito tudo errado, mas já era tarde demais. Pelo menos pra mim.
Tudo doía. Pernas, costas, virilha e o vidro no pé, já nem era a preocupação. Cruzei lá a linha dos 12km fazendo 1h:08min. Corri para a casa, abri o resultado e vi que Sofia havia pegado a 3a colocação na categoria. Estava um pouco aliviada, mas meu corpo estava frio e as dores bem maiores.
Tudo passa pela cabeça nessa hora: "Que porra eu fui fazer?"; " Não acredito que você fez uma merda dessa!" " E agora, tá satisfeita?"...
O medo de ir ao médico, deu lugar à coragem que eu deveria ter tido ontem em não ter corrido.
Estava com medo de ter distendido a virilha, pois a dor irradiava para os joelhos e subia.
Fui atendida por um plantonista, mas depois conversando com um médico mais experiente, ele me tranquilizou. Claro, fazendo questão de frisar a imprudência. A bronca foi merecida! O vidro do pé foi retirado. Me passou antinflamatório e coloquei a joelheira.
Poderia ter sido pior. Mas, o que é pior do que repouso para um corredor? Talvez seja bom às vezes. No meu caso servirá para refletir um pouco mais sobre imprudências. Logo eu que sempre falo sobre isso no grupo, caio na cilada.
Se valeu a pena? Ainda consigo achar bons motivos...rsrsrsr...Sofia está feliz da vida com seu primeiro pódio e eu tive a lição mais uma vez de que até os veteranos erram...
E seguindo a linha do "Façam o que eu falo, não façam o que eu faço"...a qualquer sintoma de dor, não arrisquem. Eu não deveria sequer pensar em correr ainda que 6k, já que eu estava com um vidro no pé, mas fui.  Deveria ter alongado, aquecido. Não fiz. Não deveria ter imprimido nenhum ritmo forte, já que estava sem treinar há 15 dias, mas me achei a técnica!
Enfim...pernas pra cima, molho total, descanso absoluto já que para toda imprudência existe uma consequência!

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1 comentários:

  1. Por mais experientes que sejamos estamos sempre aprendendo alguma coisa. Quando a cabeça não pensa o corpo paga. Mas com você foi pior porquê você pensou e fez o que não devia.Mas a seu favor teve a "responsabilidade" de dar força a uma pessoa que você tanto incentivou. Enfim , agora é pagar o preço, se recuperar e voltar a ativa. Merece tanto um parabéns quanto um puxão de orelha. Não repitam o que ela fez héim amigos(as). Um abraço.

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